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domingo, 13 de maio de 2012

OPINIÃO, VONTADE, LIBERDADE E BATALHA

O texto abaixo é de autoria da Regina do Blog Veneno Veludo, conhecida de twitter e parceira nas indignações deste (sempre atual) mundo cada dia mais medíocre e injusto. Tomei a liberdade de replicar aqui pois a reflexão calou fundo em minhas entranhas. Os negritos são meus! - Link da postagem original abaixo.



Escravidão consciente e voluntária: 
suprime tua opinião e ajoelha escravo das opiniões alheias. (BSchopenhauer)


De vez em quando, redigo que ninguém pode me "acusar" de isenção, porque eu tenho opinião. Quem tem opinião, não é isento. No mínimo, defende a própria, ou seja, tem um lado: o seu. Ocasionalmente, ter e defender, sem temor de nada, uma opinião - a própria - é caracterizado como arrogância. Mas não tenho a menor dúvida: só os fracos "acusam" algo assim.

Ter opinião e se abster de defendê-la é um crime que se comete contra a própria liberdade. Pior do que não ter opinião - sim, há quem não tenha opinião - é negar que a tenha, escancarando-a em atos falhos, ao usar e abusar de adjetivos, por exemplo. Eu não tenho opinião formada sobre muitos assuntos, por falta de conhecimento e/ou interesse. As que tenho, no entanto, defendo, contra minha própria tranquilidade: muitas causam-me mais dissabores do que outra coisa. Não me importa. Se deixo de defender minha opinião, deixo de existir.

Opinião se defende com verdade. Não a falsa, aquela que aos fracos serve para mascarar suas faltas (e sua falta de opinião). Sinto, tal qual Goethe, prazer malicioso em não colocar a descoberto, tais procedimentos, quando me deparo com eles. Afinal, com a falsidade, por quê gastar a verdade? Deixo passar. Os tolos têm todo o direito de enganar os tolos.

É tentador viver no mundo conforme a opinião coletiva. É fácil. Defender a própria, exige e cansa. Principalmente nesses nossos tempos, onde a coletividade é enaltecida, e o valor individual, convenientemente proibitivo. Coletividade alguma, isso é fato, expressa liberdade. Por si, pressupõe a supressão do pensamento individual, em nome do "interesse social". Onde não há liberdade, não há opinião.

Essa coletividade pregada para a conveniência fundamentalista que nos cerca, determina que o consenso seja uma obrigação. A intenção é a que está na frase do BSchopenhauer, que abre esse post: os poucos que têm capacidade de julgar precisam calar, e os que podem falar são aqueles completamente incapazes de ter opinião e julgamento próprios: mero eco da opinião alheia, os que vivem de joelhos para ela. Mais do que detestar a nossa opinião, aqueles que pregam que tenhamos a mesma opinião que o "senso comum", odeiam mesmo é o nosso atrevimento em expressar-nos, conforme nosso desejo. Odeiam a liberdade. Tudo bem. Em contrapartida, eu abomino a sua pobreza de espírito. A diferença é que essa é MINHA opinião, e eu a declaro.

Antes de ter opinião, é preciso pensar. Depois de pensar, e antes de expressar a opinião, é preciso tomar propriedade sobre o tema, ou seja, informar-se. É como disse o @Deci_cote, uma vez: "Escolhemos Tróia". Significa que precisamos e gostamos de ter, buscar, instigar, esmiuçar, e defender, a nossa opinião. E fazer isso tem sido, cada vez mais, a cada dia que passa, uma verdadeira batalha épica. Mas não somos Páris, menos, muito menos, ainda, Helena. Nossa alma é mesmo a da batalha: seja como Heitor, seja como Achilles. Sem jamais fugir de uma boa pugna, ainda que a batalha tenha que ser vivida em silêncio.

fonte: BLOG VENENO VELUDO

Cenas do filme Troia:

Um comentário:

Regina Brasilia disse...

Muito obrigada por gostar, ao ponto de publicar no seu blog. Faça-o quando quiser. Dando o crédito, é para isso que escrevemos: palavras são como filhos, que postos no mundo, ganham asas - e vida próprias - devendo ser propagadas.